domingo, 27 de março de 2016

16. Matemática, Paçoca e Ações com Bacon

Olá Pessoal! Na postagem anterior sobre o tema de ações (postagem 14) escrevi sobre o que é uma ação e os principais proventos.  Hoje a ideia é explicar como funciona esse mercado, um pouco da operação de compra e venda de ações e uma estratégia simples para ações.

Já ouviram o bordão “firme na paçoca” (para falar isso deve-se usar o sotaque sulista)? Ele é utilizado na hora de cumprimentar pessoas, isso quer dizer que não tem nada firme, pois a consistência da paçoca é muito frágil, quebra à toa. Eu sou campeão em sujar a roupa com farelo de paçoca devido a essa quebradeira, mas isso não vem ao caso. Assim, costumo analisar algumas ações que julgo serem “firmes na paçoca”.

O mercado de ações, de forma simples, funciona da seguinte maneira: há uma tabela com os preços de compra e venda, e uma negociação só é realizada quando ambos querem a mesma coisa. Vejamos o quadro a seguir:

Código Bovespa BILL3 (Bill Goiaba S.A. ON)
Última Negociação
10,05
Variação
3,00%
Compra
Venda
Quantidade
Preço
Quantidade
Preço
2.000
10,05
1.500
10,06
1.000
10,04
500
10,07
3.000
10,03
700
10,08
500
10,02
1.300
10,09
1.200
10,01
3.500
10,10
5.000
10,00
300
10,11


As ordens de compra só serão realizadas no momento em que houver uma ordem de venda no mesmo valor, ou seja, no exemplo, somente se aparecer algum vendedor disposto a receber $ 10,05 ou algum comprador disposto a pagar $ 10,06 pelas ações da empresa “firme na paçoca” Bill Goiaba! Para poder comprar ou vender ações você deve ter uma conta em uma corretora credenciada junto à Bovespa (dica: fuja de corretora de grandes bancos, pois geralmente cobram mais caro pelos serviços! Salvo, logicamente se você possuir um bom relacionamento com o banco e etc .).

Bom, agora que você já sabe como funciona o mecanismo de compra e venda do mercado de ações (mais ou menos, mais ou menos), vamos voltar às aulas de matemática no ensino fundamental que vai ajudar a realizar uma pequena análise sobre uma empresa.

Imaginemos uma empresa que distribui proventos de forma regular. Pode-se verificar a rentabilidade de um investimento em função desse provento auferido (porrrrr....esse texto ficou bonito!) Exemplo: Preço da ação = 50,00; dividendos 5,00, qual a rentabilidade esperando somente a remuneração dos dividendos (isso é o chamado dividend yield)?

5,00/50,00 = 0,10, logo = 10%! Assim, se uma empresa distribui de forma constante esses dividendos, como você pode conseguir um rendimento maior? Simples, basta comprar a ação por um preço menor, pois isso fará com que a remuneração seja maior. Exemplo: Preço da ação 40,00; dividendos: 5,00, logo o dividend yield será de 0,125 ou 12,5%! Assim, o que determinada a rentabilidade quando os proventos são fixos é o preço da compra da ação. Aqui uma dica: cuidado com as informações sobre o Dividend Yield em páginas da internet ou de corretoras, pois esse indicador é feito em função do preço do dia anterior ou sobre os últimos proventos pagos, assim, recomendo que você mesmo verifique a empresa para criar o seu próprio DY para ter um parâmetro.

Ah então é tranquilo, basta esperar as ações caírem e encher o malote com elas! Fechou, já é!

Bem... não é bem assim... Existem vários motivos para não se basear somente em um parâmetro para avaliar ações, entretanto tem que se ter muito sangue frio para comprar quando os preços estão caindo. A devida experiência e análise sagaz vêm com o tempo. Outro fator relevante é que a rentabilidade passada não significa rentabilidade futura. A empresa pode distribuir proventos, mas pode estar em fase de descontinuidade (os contadores entenderão o que quero dizer).

Se você busca investir em ações, não importando muito com a oscilação dos preços do mercado, uma estratégia voltada para proventos pode ser uma boa opção. Outra dica importante é observar a data “ex” dividendos das ações.

O mercado ajusta o preço da ação no dia seguinte após a perda do direito ao provento. Exemplo, A BILL3 distribuirá (aqui não significa pagar, e sim que os possuidores das ações terão o direito a receber tão logo a empresa defina uma data) dividendos para os possuidores de suas ações em 28/03/16. Após essa data, essas ações serão vendidas sem o direito aos proventos (por isso o termo “ex-dividendos”). Assim, se a BILL3 distribuir $ 1,00 em dividendos por ação, e se no final do dia ela “fechou” o preço em $ 10,05, no dia seguinte, ou seja, em 29/03/16, ela terá o preço inicial no pregão de $ 9,05, já descontando o 1,00 uma vez que os investidores que comprarem a ação em 29/03/16 não terão mais direito a esses dividendos. Assim, é uma chance de poder comprar a ação mais barata!

Quando as ações são negociadas ainda com direito aos dividendos são chamadas de “cheias”, mas eu chamo de "Ações com Bacon", pois ainda têm uma gordurinha para queimar em relação ao preço (quando virarem ex-dividendos). Cuidado com as ações firmes na paçoca!

Bom, por hoje é só!                     


Até a próxima postagem!

quarta-feira, 17 de fevereiro de 2016

15. FGTS e INSS: o Hadouken e Shoryuken no trabalhador ou o Fatality com Flawless Victory do Governo.

Olá pessoal! Bom, fiz uma pausa no tema de investimento em ações para escrever algo que me revolta, e que, lamentavelmente, escuto quase todo o dia as seguintes frases:

- Tá maluco? E o meu FGTS? Não vou pedir demissão e perder a multa...
- Eu pago a previdência, pois penso na minha aposentadoria...
- Não vejo a hora de me aposentar (pessoas com 20 e 30 anos) pelo INSS...

Lembram do que escrevi sobre bancos na postagem 10. CDB, CDI e daí? Se é bom para os bancos não é bom para você, logo, se é bom para o governo, não pode ser bom para você!! Simples assim!
Como assim Feliz? Tá querendo me dizer que aposentadoria é furada??? Que FGTS é armação?? Mais ou menos..., o que quero dizer, e que defendo, é que isso deveria ser OPCIONAL ao trabalhador, ou seja, VOCÊ deveria decidir se quer que o governo tome conta do seu dinheiro, ou se você mesmo tomará conta dele.

Já ouviu falar em pirâmide financeira? Pois é, eu entendo e tenho a opinião que a previdência brasileira é a mesma coisa (reforço aqui, esta é a minha opinião, vide várias políticas ao longo do tempo para se aumentar a idade mínima de aposentadoria e valores de teto, entre outras coisas).

Vamos a um exemplo ilustrativo, isso ajuda a evidenciar o que quero dizer. Vamos supor que duas pessoas, que chamarei de Belarmino e Mafalda são dois trabalhadores registrados segundo as normas da CLT e recebem respectivamente $2.000,00 e R$ 5.200,00. Vejam o quanto cada um receberia ao final do mês (considerando somente os descontos de INSS, uma vez que o FGTS compete à Empresa recolher, e também sem incluir benefícios, descontos de Imposto de Renda etc., para ficar bem evidente). O Imposto de Renda eu acho o único imposto justo, pois incide no “lucro”, apesar de suas alíquotas elevadas e o que o governo considera despesa ou não, enfim, vamos deixar o imposto de renda de fora dessa.

Nome do Bill Goiaba
Belarmino
Mafalda
Salário Bruto
2.000,00
5.200,00
INSS
(180,00) – 9% de 2.000,00
(570,88) – teto.
Salário Líquido
1.820,00
4.629,12
Valor do FGTS
160,00
416,00

Assim o Sr. Belarmino receberia líquido $ 1.820,00 e a Mafalda $ 4.629,12. Mas teriam o “benefício” de poderem se aposentar ou ficar de licença pelo INSS, conforme as suas regras, e ao “benefício” do FGTS, caso percam o emprego, adoeçam, etc. Show de bola! Só vi vantagem! Pode descontar que vale a pena! Será mesmo?

Vamos primeiro ao FGTS. Qual é a remuneração do FGTS anual? 20%? 10%? A remuneração da poupança, vai? Não... módicos 3% até 2015 e a partir de 2016 passará para os grandiosos 4%, em 2017, 4,75%, em 2018 5,5% e finalmente em 2019 passará a ser corrigido conforme a poupança (se forem confirmados os reajustes)! Pasmem!!

Assim, qual o valor dessas correções ao longo do tempo? O Belarmino se continuasse ganhando o mesmo salário (o que é difícil, pois há correções todos os anos, promoções, poderia, também, estar um tempo desempregado, e etc., assim foi considerado o tempo constante) teria um FGTS no valor de R$ 178.535,83! Nossa excelente, mas Feliz, você esqueceu que ainda tem a multa de 40% (lógico, considerando somente a parte que o trabalhador receberia)! Ok, assim, o valor seria de R$ 249.950,16! Um belo malote! Será? Vamos ver mais a frente...
E a Mafalda? Bem a Mafalda teria um malote bem maior que o Belarmino, teria um FGTS de R$ 649.870,42. Nossa, show de bola! Já daria para comprar um belo apartamento! Será?
Bom, o INSS não haveria resgate, assim, o valor contribuído só retornaria no final como “benefício” da aposentadoria, ou seja, o salário do aposentado conforme cálculo a ser definido pela legislação vigente (o teto para 2016 está previsto por volta de R$ 5.203,00 mensais).

E se a Mafalda e o Belarmino optassem (como se isso fosse possível) por eles mesmos gerirem o próprio dinheiro? Bom, a história seria bem diferente... Preparado para os valores?

Aplicando os valores mensais do FGTS, ou seja, se a empresa ao invés de recolher para o governo depositasse no investimento ou na conta do funcionário, nesse caso o Belarmino e a Mafalda, a 1% ao mês em um investimento ultra conservador, (sim, há várias opções com remunerações por volta de 1% ao alcance de todos, inclusive entre 1% e 3% existem várias opções atualmente) o Belarmino teria R$ 559.194,26 só com os recursos do FGTS, e a Mafalda, R$ 1.453.905,08 em final de 2044 (ou seja um intervalo de 30 anos a contar do início de 2015).

E se juntássemos os valores descontados do INSS? Novamente aqui ao invés da empresa recolher ao Governo e depositasse na conta dos funcionários o INSS, a Mafalda teria mais R$ 1.995.205,12 e o Belarmino mais R$ 629.093,54.

No total o Belarmino teria R$ 1.188.287,81 e a Mafalda R$ 3.449.110,20 ao final de 30 anos de investimentos constantes a 1% ao mês!!!
Só com esse valor acumulado já proporcionaria uma receita mensal de R$ 6.718,70 para o Belarmino e de R$ 19.501,61 para a Mafalda (isso considerando uma taxa bem humilde, a da caderneta de poupança, a 7% ao ano ou 0,56541% ao mês).

Logicamente os valores calculados dos investimentos não consideraram o imposto de renda, mas mesmo que este fosse considerado, o valor do Belarmino acumulado estaria muito próximo de 1milhão e a da Mafalda bem próximo de 3 milhões.

E antes que se comente a respeito do “fundo social” que esses recolhimentos representam, reforço, um governo bem administrado, com a arrecadação dos impostos e contribuições como ICMS, IR, CSLL, IPI, PIS e COFINS é suficiente para cobrir TODAS as demandas, o problema é o tamanho do nosso Estado atualmente. Desculpe, mas não me convenço do contrário.
Veja o quadro resumo:



O meu objetivo com esse texto e exemplos é demonstrar como as informações podem ser distorcidas ao longo do tempo. Sempre desconfie quando algum político ou sindicalista vier com o discurso: “É um benefício para o trabalhador!”; “Foi o Governo tal que criou o seguro desemprego!” e por aí vai. SEMPRE DESCONFIE! Faça as contas! Sempre será melhor se tivermos a opção de NÓS mesmos tomarmos contas do NOSSO próprio dinheiro.

Antes que possam pensar: ”Poxa, mas vai levar 30 anos para acumular esse valor, não posso esperar até lá”. Ledo engano, em ambos os exemplos, a mesma quantia do salário já pode ser verificada por volta do 16º ano de aplicação. Exemplo, o Belarmino já teria o mesmo valor do seu salário, R$ 2.000,00, em rendimentos do seu investimento por volta do 16º ano e a Mafalda teria por volta de R$ 5.200,00 por volta do 15º ano de investimento.

Outro detalhe que você pode se perguntar: “Ah, mas se eu estiver pagando o INSS e acontecer um acidente ou problema de saúde, terei o benefício de auxílio doença e etc.”. Outro velho truque do Governo para acharmos que ele é bonzinho.  Você sabia que há seguros de acidentes pessoais, de vida e afins que custam em média R$ 100,00 ... por ANO!!! Sim, menos de R$ 10,00 por mês, que podem cobrir da mesma forma que o INSS, só que melhor.
A dica nesse texto é: Sempre procure investir o mais cedo possível. Não caia na conversa fiada de que os rendimentos são baixos, os juros compostos trabalham com o tempo. No início pode ser pouco mesmo, mas no decorrer do tempo eles aumentam. Procure pensar através de metas, pretendo ter “x” reais até o ano “Y”.

Imagine da seguinte forma: Se você começar a investir desde os 16 anos de forma constante R$ 200,00 a 1% ao mês, por volta dos 36 anos já terá condições de ter uma renda extra por volta de R$ 2.000,00. Da mesma forma para se ter o tão almejado “primeiro milhão”, bastaria investir R$ 1.000,00 ao longo de 20 a 21 anos.
Não caia também em contos de alta remuneração: “aplique no fundo que superou o Ibovespa em 200%”, “rentabilidade 500 vezes maior que a poupança”, enfim, use a máxima da tartaruga: devagar e sempre!

Reforço: Se é bom para o banco e bom para o governo, não é bom para você!
Tenho a esperança que um dia isso seja opcional, entretanto, enquanto isso, continuaremos a levar Hadouken e Shoryuken do governo.

Até o próximo texto!
Eduardo Felicíssimo




terça-feira, 2 de fevereiro de 2016

14. Ações, Botões e Supermercado.

Olá pessoal! Dando continuidade ao tema de investimentos, dessa vez escreverei um pouco sobre ações. Muitas pessoas acham que investir em ações é complicado e arriscado, bom, depois de se inteirar no assunto tudo ficará mais fácil. Provavelmente vou escrever mais uns 2  ou 3 textos sobre o tema para que não fique muito longo. As dicas aqui são: 1 - leia bastante sobre o tema, para saber exatamente o que você está pretendendo e, o mais importante, o prazo ou objetivo para o resgate das ações; 2 – pratique! Isso mesmo, sem prática você sempre terá o medo de investir em ações.

Bom, tema introduzido, lá vou eu começar com as minhas metáforas e alusões. Sempre que penso em ações, lembro dos meus times de futebol de botão (no RJ a gente chama simplesmente de botão). Fui montando os meus times aos poucos, comprava um aqui, trocava 8000 ali, e assim ia, até chegar ao ponto em que eu “achava” que estava bom. Agora sim! Tenho um time campeão! Só fera bicho, ô loco! Marcava um amistoso e ... tomava um sacode bonito. Voltava para casa e começava a desfazer o time e pensando em novas “contratações” e o mais importante, praticava! Praticava finalização, toque de dadinho (sim, sempre joguei com dadinho. Esse negócio de jogar com bola de feltro sempre foi estranho para mim.), cobrança de pênalti, cobrança de falta, etc. Fui percebendo que aos poucos fui melhorando e com isso os meus “botões” ficaram valorizados, ao ponto de passar a trocar na proporção de 2 para 1, 3 para 1 e assim foi. O que isso tem a ver com ações?? Nada...rsrsrs brincadeira. Vamos inserir as ações agora.

Uma ação é a menor parte de uma empresa, ou seja, a partir de uma ação você já pode dizer que é sócio de uma empresa, ou em outros termos, acionista da empresa. No Brasil, existem dois tipos de ações, as preferenciais (PN) e as ordináaaarias (ON)! (Compadre Washington total!). A diferença básica entre esse tipos de ações está na remuneração e no controle da empresa. As preferencias têm a preferência na distribuição dos lucros, geralmente recebem uma parte maior do que as ordinárias. Já as ordinárias têm como característica principal o controle da empresa, assim, se você quiser se tornar o dono da uma empresa busque ter o % necessário de ordinárias. De nada vai adiantar ter 100% das ações preferenciais, você não terá o controle.

Assim como no jogo de botão, você pode ir montando o seu “time” aos poucos (isso também é chamado de carteira), escolhendo as ações de empresas que melhor estão voltadas ao seu perfil e meta de investimento (detalhe, isso é muito importante: ter uma meta para investimento em ações). Lembra do que comentei sobre praticar? Então, vá aos poucos comprando ações e vendendo, para aprender na prática a dinâmica do mercado.

Tá bom, beleza, entendi, agora como compro ou vendo as ações? Já comentei em postagens anteriores que é necessário uma corretora de valores para intermediar essas operações. Mas falarei mais especificamente sobre esse mecanismo no próximo texto.

Mais sobre ações: quais são as remunerações que elas proporcionam? As ações no Brasil distribuem proventos através dos famosos “dividendos” que nada mais são do que o lucro distribuído pelas ações. Então se você vir que determinada empresa vai distribuir $5,00 em dividendos, significa que “cada” ação desta empresa terá “direito” a receber $5,00. O legal nos dividendos é que ele é isento de impostos, você pode receber $1.000.000,00 em dividendos  que não pagará nada de imposto de renda! Fantástico! (deixa eu ficar quieto aqui... vai que o governo resolve taxar isso também, aí me quebra!). Quando os dividendos são anunciados pelas empresas, estas geralmente estipulam uma data “ex” que é o momento em que as ações passam a ficar vazias, ou seja, passam a não possuir mais o direto aos dividendos. Exemplo: Uma empresa anuncia que vai pagar 5,00 em dividendos por ação e a sua data “ex-dividendos” é 10/02/16, logo quem comprar a ação em 10/02/16 não terá mais direito aos dividendos, somente quem a possuir até o final do “pregão” em 09/02/16.

Na mesma linha de proventos (que é a remuneração das ações) há também o juros sobre capital próprio (JSCP). O JSCP tem o mesmo procedimento dos dividendos, mas com uma grande diferença: não é isento de impostos, ou seja, incide imposto de renda na fonte! Qual a diferença entre dividendos e juros sobre capital próprio? A principal está na tributação, os dividendos são distribuídos após a apuração do resultado de uma empresa, ou seja, após já se calcular todos os impostos, os JSCP ainda estão como “despesa” no resultado da empresa e não sofreram tributação, dai a sua retenção de impostos na fonte. Mas por que as empresas fazem isso? Ora para pagar mais proventos com menos $$!! Simples assim. Exemplo, vamos supor uma alíquota de 15% a título de imposto de renda, a empresa vai distribuir $ 1.000.000,00 em JSCP, assim, haverá a incidência de 15% de IR, o que daria $ 150.000,00, logo, ela distribuirá aos acionistas $ 1.000.000,00, mas estes só receberão $ 850.000,00, pois $ 150.000,00 ficarão retidos como impostos. Pegadinha do Mallandro! Ráaa!
Há outros tipos de proventos como bonificações, mas não vou entrar em detalhe sobre isso aqui, recomendo a leitura dos livros da CVM que deixarei o link no final do texto.

Mas como saber se a ação está cara ou barata para comprar ou vender? Simples, use a mesma lógica do supermercado. Quando fazemos compras de itens de nosso dia-a-dia, já sabemos, mais ou menos o preço das coisas (bom, isso é importante para uma vida financeira saudável, para não tomar pernada nas “promoções” dos supermercados), assim, acredito, que ninguém pagará $100,00 no Kg do tomate, muito menos $ 50,00 em um pote de canela em pó com 50g, certo? (ih, lá vou eu desafiar o governo de novo... vai que a inflação aumenta, deixa quieto.)  O mesmo deve ser feito com as ações.

Porque comprar uma ação a $ 50,00, se o valor contábil diz que ela vale $ 5,00 (vou escrever mais sobre isso nos próximos textos). OK, você pode dizer: Ah, vou comprar essa ação a $50,00 pois ela vai subir até o céu, vai chegar a $100,00 rápido. Beleza, além de arriscado, precisa de poderes mãe-dináticos, entretanto, é fato que mesmo que se compre a $50,00 “torcendo” para que vá a $100,00 estará comprando mais caro do que vale. Usando a lógica inversa: e se o preço da ação cair? Quem perderá mais dinheiro, quem comprou a $50,00 ou quem comprou a $5,00? Fica a dica!

Na próxima postagem vou continuar sobre o tema de ações, pois ainda tem muito a ser escrito.

É isso! Até a próxima!

Eduardo Felicíssimo

Link dos livros da CVM que abordam o tema “TOP”: http://www.portaldoinvestidor.gov.br/publicacao/LivrosCVM.html

Recomendo também o acesso ao portal do investidor: http://www.portaldoinvestidor.gov.br/index.html

Recomendo também a leitura sobre o conteúdo da Bovespa: http://www.bmfbovespa.com.br/home.aspx?idioma=pt-br