terça-feira, 2 de fevereiro de 2016

14. Ações, Botões e Supermercado.

Olá pessoal! Dando continuidade ao tema de investimentos, dessa vez escreverei um pouco sobre ações. Muitas pessoas acham que investir em ações é complicado e arriscado, bom, depois de se inteirar no assunto tudo ficará mais fácil. Provavelmente vou escrever mais uns 2  ou 3 textos sobre o tema para que não fique muito longo. As dicas aqui são: 1 - leia bastante sobre o tema, para saber exatamente o que você está pretendendo e, o mais importante, o prazo ou objetivo para o resgate das ações; 2 – pratique! Isso mesmo, sem prática você sempre terá o medo de investir em ações.

Bom, tema introduzido, lá vou eu começar com as minhas metáforas e alusões. Sempre que penso em ações, lembro dos meus times de futebol de botão (no RJ a gente chama simplesmente de botão). Fui montando os meus times aos poucos, comprava um aqui, trocava 8000 ali, e assim ia, até chegar ao ponto em que eu “achava” que estava bom. Agora sim! Tenho um time campeão! Só fera bicho, ô loco! Marcava um amistoso e ... tomava um sacode bonito. Voltava para casa e começava a desfazer o time e pensando em novas “contratações” e o mais importante, praticava! Praticava finalização, toque de dadinho (sim, sempre joguei com dadinho. Esse negócio de jogar com bola de feltro sempre foi estranho para mim.), cobrança de pênalti, cobrança de falta, etc. Fui percebendo que aos poucos fui melhorando e com isso os meus “botões” ficaram valorizados, ao ponto de passar a trocar na proporção de 2 para 1, 3 para 1 e assim foi. O que isso tem a ver com ações?? Nada...rsrsrs brincadeira. Vamos inserir as ações agora.

Uma ação é a menor parte de uma empresa, ou seja, a partir de uma ação você já pode dizer que é sócio de uma empresa, ou em outros termos, acionista da empresa. No Brasil, existem dois tipos de ações, as preferenciais (PN) e as ordináaaarias (ON)! (Compadre Washington total!). A diferença básica entre esse tipos de ações está na remuneração e no controle da empresa. As preferencias têm a preferência na distribuição dos lucros, geralmente recebem uma parte maior do que as ordinárias. Já as ordinárias têm como característica principal o controle da empresa, assim, se você quiser se tornar o dono da uma empresa busque ter o % necessário de ordinárias. De nada vai adiantar ter 100% das ações preferenciais, você não terá o controle.

Assim como no jogo de botão, você pode ir montando o seu “time” aos poucos (isso também é chamado de carteira), escolhendo as ações de empresas que melhor estão voltadas ao seu perfil e meta de investimento (detalhe, isso é muito importante: ter uma meta para investimento em ações). Lembra do que comentei sobre praticar? Então, vá aos poucos comprando ações e vendendo, para aprender na prática a dinâmica do mercado.

Tá bom, beleza, entendi, agora como compro ou vendo as ações? Já comentei em postagens anteriores que é necessário uma corretora de valores para intermediar essas operações. Mas falarei mais especificamente sobre esse mecanismo no próximo texto.

Mais sobre ações: quais são as remunerações que elas proporcionam? As ações no Brasil distribuem proventos através dos famosos “dividendos” que nada mais são do que o lucro distribuído pelas ações. Então se você vir que determinada empresa vai distribuir $5,00 em dividendos, significa que “cada” ação desta empresa terá “direito” a receber $5,00. O legal nos dividendos é que ele é isento de impostos, você pode receber $1.000.000,00 em dividendos  que não pagará nada de imposto de renda! Fantástico! (deixa eu ficar quieto aqui... vai que o governo resolve taxar isso também, aí me quebra!). Quando os dividendos são anunciados pelas empresas, estas geralmente estipulam uma data “ex” que é o momento em que as ações passam a ficar vazias, ou seja, passam a não possuir mais o direto aos dividendos. Exemplo: Uma empresa anuncia que vai pagar 5,00 em dividendos por ação e a sua data “ex-dividendos” é 10/02/16, logo quem comprar a ação em 10/02/16 não terá mais direito aos dividendos, somente quem a possuir até o final do “pregão” em 09/02/16.

Na mesma linha de proventos (que é a remuneração das ações) há também o juros sobre capital próprio (JSCP). O JSCP tem o mesmo procedimento dos dividendos, mas com uma grande diferença: não é isento de impostos, ou seja, incide imposto de renda na fonte! Qual a diferença entre dividendos e juros sobre capital próprio? A principal está na tributação, os dividendos são distribuídos após a apuração do resultado de uma empresa, ou seja, após já se calcular todos os impostos, os JSCP ainda estão como “despesa” no resultado da empresa e não sofreram tributação, dai a sua retenção de impostos na fonte. Mas por que as empresas fazem isso? Ora para pagar mais proventos com menos $$!! Simples assim. Exemplo, vamos supor uma alíquota de 15% a título de imposto de renda, a empresa vai distribuir $ 1.000.000,00 em JSCP, assim, haverá a incidência de 15% de IR, o que daria $ 150.000,00, logo, ela distribuirá aos acionistas $ 1.000.000,00, mas estes só receberão $ 850.000,00, pois $ 150.000,00 ficarão retidos como impostos. Pegadinha do Mallandro! Ráaa!
Há outros tipos de proventos como bonificações, mas não vou entrar em detalhe sobre isso aqui, recomendo a leitura dos livros da CVM que deixarei o link no final do texto.

Mas como saber se a ação está cara ou barata para comprar ou vender? Simples, use a mesma lógica do supermercado. Quando fazemos compras de itens de nosso dia-a-dia, já sabemos, mais ou menos o preço das coisas (bom, isso é importante para uma vida financeira saudável, para não tomar pernada nas “promoções” dos supermercados), assim, acredito, que ninguém pagará $100,00 no Kg do tomate, muito menos $ 50,00 em um pote de canela em pó com 50g, certo? (ih, lá vou eu desafiar o governo de novo... vai que a inflação aumenta, deixa quieto.)  O mesmo deve ser feito com as ações.

Porque comprar uma ação a $ 50,00, se o valor contábil diz que ela vale $ 5,00 (vou escrever mais sobre isso nos próximos textos). OK, você pode dizer: Ah, vou comprar essa ação a $50,00 pois ela vai subir até o céu, vai chegar a $100,00 rápido. Beleza, além de arriscado, precisa de poderes mãe-dináticos, entretanto, é fato que mesmo que se compre a $50,00 “torcendo” para que vá a $100,00 estará comprando mais caro do que vale. Usando a lógica inversa: e se o preço da ação cair? Quem perderá mais dinheiro, quem comprou a $50,00 ou quem comprou a $5,00? Fica a dica!

Na próxima postagem vou continuar sobre o tema de ações, pois ainda tem muito a ser escrito.

É isso! Até a próxima!

Eduardo Felicíssimo

Link dos livros da CVM que abordam o tema “TOP”: http://www.portaldoinvestidor.gov.br/publicacao/LivrosCVM.html

Recomendo também o acesso ao portal do investidor: http://www.portaldoinvestidor.gov.br/index.html

Recomendo também a leitura sobre o conteúdo da Bovespa: http://www.bmfbovespa.com.br/home.aspx?idioma=pt-br


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