quinta-feira, 25 de abril de 2013


7. Tema Específico: Comprar um carro ou andar de táxi? – Parte II

Olá pessoal!! Continuando o assunto abordado na semana anterior, nesta postagem veremos mais fluxos envolvendo a compra do carro e a comparação entre uma compra financiada e a utilização diária de táxi. Espero que ajude numa futura decisão de compra ou não de um automóvel. Deixo mais uma vez claro que as despesas levantadas foram hipotéticas, pois muitas despesas de automóvel variam de acordo com o modelo, marca, idade do condutor, etc. Se existir dúvida em relação a como montei as despesas, por favor, peço que leia o texto da postagem 6, de 18/04/13.
Beleza, vamos então para a última situação do exemplo. Tá bom, se não tivermos o carro, também não teremos as despesas deste, agora vamos para o trabalho como? Via tele transporte, cegonha ou similares? Onde está a despesa com o transporte? É exatamente esta última situação que irei abordar aqui. Vamos lá, não se comprou o carro, assim temos os R$ 30.000,00 e poderemos usar o valor das despesas mensais se se financiasse o carro, que é o fluxo de despesa mais alto, de R$ 1.366,18 (R$ 1.737,18 – 250,00 depreciação ao mês – 121,00 vale transporte) para aplicar, visto que sem o carro, as despesas também somem, menos as despesas de transporte, R$ 121,00 mensais (calculei se utilizando do valor da passagem de ônibus do Rio de Janeiro R$ 2,75, uma ida e vinda por dia, R$ 5,50, durante 22 dias que é a média de dias úteis ao longo de um mês.
            Aplicando-se estas somas (R$ 30.000,00 + R$ 1.366,18 mensais), com a taxa da poupança em 0,41% ao mês, teríamos ao longo de 60 meses o valor de R$ 131.447,00! Uma diferença de R$ 78.099,30 em relação a compra financiada (R$ 131.447,00 – 53.347,70 = 78.099,30), e de R$ 116.447,00 em relação à compra à vista sem que se aplicasse a diferença das despesas do financiamento (R$ 131.447,00 – 15.000,00 valor “de mercado” do carro = 116.447,00), e de, R$ 54.541,70 se se aplicasse a despesa do financiamento de R$ 912,08 (R$ 131.447,00 – 76.905,30 = 54.541,70).
            Resumindo, se optasse por não comprar o carro em um período de 5 anos, e neste período, se utilizasse de transporte público, com apenas uma ida e vinda de ônibus, aplicando o valor referente às despesas mensais e do financiamento do veículo teríamos, na pior das hipóteses, um saldo positivo de R$ 54.541,70! O que é uma bela soma. Abaixo coloco de maneira mais clara o resumo dos fluxos:



A decisão deve sempre ser tomada levando em consideração o fluxo, e o desconforto em que se está disposto a enfrentar. Para alguns, o prazo de 5 anos é bem razoável e pode-se abrir mão da compra do carro e neste período se utilizar de transporte público, para outros isto é inviável, pois pode-se acordar um pouco mais tarde, chegar mais cedo na ida e na volta para a casa, evitar as lotações sinistras do transporte coletivo, entre outros fatores.
            Vale lembrar que as despesas abordadas aqui foram “simuladas” em páginas da internet, o que não se trata de dados fidedignos, mas serve para ter uma base e identificar as despesas mais relevantes. Não foram inclusas despesas como “flanelinha”, estacionamentos, e demais inconvenientes como “quer que eu lave o vidro aí chefe?”. Quem possui carro sabe o quanto estas despesas podem ser altas ao longo do mês.
            Bom, pelo fluxo apresentado na compra financiada, o dinheiro gasto por dia daria R$ 67,60 por dia (R$ 1.487,18/22 dias = 67,60), dependendo da distância da casa para o trabalho, seria muito mais interessante usar táxi, pois você teria trintão rendendo na conta e sem a preocupação de “ Caraca maluco, roubaram o meu carro!”.
            Duvida? Vamos ver se é possível mesmo. Supondo a compra financiada, isto acarretará numa despesa de R$ 1.487,18 desembolsada todo mês. Se utilizássemos o táxi para ir e vir do trabalho ao longo de 22 dias com o valor somado das duas corridas de até R$ 57,59, somaríamos R$ 1.266,98 de despesas com táxi mensais. Com os dados utilizados no exemplo, ainda sim seria uma vantagem. Partindo dos R$ 30.000,00 que teríamos aplicados, mais o fluxo da diferença entre as despesas, no caso R$ 220,20 (1.487,18 – 1.266,98 = 220,20) aplicados mensalmente, teríamos o seguinte resumo:


Esta despesa de R$ 57,59 por dia com táxi equivale a uma ida e volta da Avenida Rio Branco no centro do Rio de Janeiro, até o bairro do Méier, especificamente na Rua Dias da Cruz. Vocês podem consultar os valores das corridas (estimados) em:
            Como o exemplo apresentado se baseia em dados hipotéticos, cabe a cada um apurar quais as despesas “reais” estarão inerentes ao tipo de carro que se pensa adquirir. O que requer atenção são as despesas mensais para manter o veículo, pois na hora da compra, muitos pensam somente no valor do carro, o que é um erro gravíssimo.
            Das despesas importantes apresentadas, destaco o valor do seguro, que pode variar bastante de modelo para modelo, idade e experiência do motorista, etc.; o IPVA, que pode ser diminuído pela instalação de um kit gás, por exemplo; o consumo de combustível do carro, (ou você acha que o carro trabalha de graça); e deve ficar atento ao valor de revenda aplicado pelo mercado de usados. Estes detalhes são tão ou mais importantes que o preço de compra do carro. Você pode desembolsar R$ 30.000,00 para comprar um carro, mas em um período de 5 anos terá desembolsado R$ 31.805,80 só para manter o carro em funcionamento, considerando os dados deste exemplo.
Na hora de decidir comprar um carro, compare ao menos 3 modelos, incluindo suas respectivas despesas mensais e anuais exemplificadas acima, e os seus respectivos fluxos, estimando a compra à vista, financiada e até mesmo abrindo mão da compra. Fica a dica. Até a próxima postagem!
Eduardo Felicíssimo




quinta-feira, 18 de abril de 2013


6. Tema Específico: Comprar um carro ou andar de táxi? – Parte I


Olá pessoal! Neste tema específico continuarei a falar sobre fluxo de caixa, para isso darei outro exemplo. Dessa vez consegui melhorar as tabelas, e coloquei os links de forma que vocês possam acessar clicando diretamente sobre eles. Como este tema ficou maior do que o normal, com mais de 6 páginas, resolvi dividir em duas partes a iniciar por esta, visando uma leitura mais leve.
Bom, sem mais rodeios, vamos direto ao assunto. Imagine que você esteja pretendendo adquirir um carro para facilitar o seu ir e vir do trabalho. Como sempre o intuito aqui é o financeiro, não estou questionando o bem estar que este veículo proporciona, pois isto é indiscutível, não há como negar a comodidade deste meio. Assim, imagine que o veículo seja vendido por R$ 30.000,00, e que você tenha os mesmos R$ 30.000,00 para comprá-lo. Você pode optar pelo pagamento à vista ou financiar, estas são as opções da compra. Além do custo do carro, você deve levar em consideração as despesas mensais e anuais que incorrem ao veículo, isto é importante, pois muita gente se deixa levar pelo sentimento de “posse” do bem, e esquece que as despesas existem.
            Consultei o simulador da VocêSA (disponível em: http://vocesa.abril.com.br/servicos/calculadoras-e-simuladores/quanto-custa-manter-um-carro.shtml), para calcular essas despesas. Para o financiamento utilizei o valor de R$ 30.000,00 como custo do carro e, o prazo de 60 meses, através da página Aecarros, disponível em: http://www.aecarros.com.br/Financie/index.aspx, que gerou uma parcela de R$ 912,08 mensais.
            Abaixo montei uma tabela com as opções de compra “à vista” e “financiada” e inseri os demais dados do exemplo, vejamos:




Comentários: A despesa com depreciação não significa um desembolso, assim, retornei com ela para o cálculo do “Gasto ao longo de 60 meses”, esta despesa só será percebida quando o veículo for vendido, mas deve ser considerada nos cálculos mensais. O valor residual do carro é exatamente o valor do seu custo, R$ 30.000,00 menos a depreciação ao longo dos 5 anos, (3.000,00 x 5 = 15.000,00), totalizando R$ 15.000,00. Este seria o valor “de mercado” do automóvel ao final de 5 anos, mas não é uma regra, a negociação em uma venda é livre, este valor pode ser superior ou inferior. O cálculo do imposto e seguro foram considerados em cada ano, assim, o seguro montou R$ 6.000,00 (1.500,00 + 1.350,00 + 1.200,00 + 1.050,00 + 900,00), e o IPVA foi calculado considerando a taxa mais alta (4%) por conservadorismo (as taxas variam de 0,5% a 4% no estado do RJ), somando R$ 4.800,00 (1.200,00 + 1.080,00 + 960,00 + 840,00 + 720,00).
            Caso se opte pela compra “à vista” o total desembolsado ao longo de 60 meses será o equivalente a R$ 61.805,80 e, se fosse feita financiada montaria R$ 86.530,60.
            Como o valor de mercado do veículo, para fins deste exemplo, seria de R$ 15.000,00, se houvesse a venda, este poderia ser recuperado amenizando os gastos. Assim, na compra “à vista” teríamos R$ 46.805,80 de recursos consumidos e na financiada R$ 71.530,60. Traduzindo para um entendimento mais simples no âmbito financeiro, você gastou R$ 61.805,80 para comprar um carro à vista, que vale R$ 15.000,00 ao final de 60 meses. Você gastou R$ 86.530,60 para comprar um carro financiado, que ao final de 60 meses vale R$ 15.000,00.
            Um detalhe importante: Perceberam que coloquei na primeira tabela a informação sobre os juros da poupança? Fiz isso para montar o fluxo aplicando-se o dinheiro na poupança enquanto se opta pela compra financiada. Deixando os R$ 30.000,00 aplicados na poupança durante 60 meses com os juros de 0,41% ao mês, teríamos ao final de 60 meses a módica quantia de R$ 38.347,70! Assim, ao final de 60 meses optando pelo financiamento teríamos o carro no valor de R$ 15.000,00 mais R$ 38.347,70, totalizando, R$ 53.347,70! Teríamos um patrimônio maior do que se fizesse a opção pela compra “à vista”, pois nesta só teríamos o valor de R$ 15.000,00 do carro, entretanto, o desembolso ao longo desses 60 meses pela compra financiada seria muito maior que a compra “à vista”.
Outra opção seria se você comprasse o carro “à vista” e a diferença das despesas mensais fosse aplicada mensalmente na poupança, no caso R$ 912,08 (que basicamente é o valor do financiamento, uma vez que as demais despesas são comuns aos dois fluxos), teríamos, ao final de 60 meses, o montante de R$ 61.905,30, que se juntarmos ao valor de mercado do carro totalizaria R$ 76.905,30! Muito maior que a compra financiada. Isto prova a importância dos juros ao longo do tempo e de um bom planejamento do fluxo de caixa.
            Agora, se se decidisse por não comprar o carro, mantendo o valor de R$ 30.000,00 na poupança, e usasse o valor das despesas mensais, R$ 575,10, volto a frisar que a despesa com depreciação não representa um desembolso, por isso não entra nesse cálculo, que por não ter o carro elas não existiriam, aplicando na poupança, ao final de 60 meses teríamos R$ 77.538,06, o que poderia ser utilizado como entrada para a compra de um apartamento, ou uma casa, mais próximo do trabalho, não justificando a compra do veículo. Provando que a “posse” de um carro, com esse intuito de ir e vir do trabalho, não é um “bem” (ativo) e sim uma despesa, ou um passivo, no caso de uma compra financiada.
            Bom, vamos parar por aqui. Na próxima semana postarei a parte final deste tema, incluindo as opções entre comprar um carro, aplicar o dinheiro das despesas mensais de uma compra financiada, ou andar de táxi, e que, logicamente comentarei mais sobre isso no futuro.
Abaixo seguem alguns links de notícias e informações que acessei durante a elaboração desse texto, e um vídeo espetacular do “Canal do Otário”, que recomendo a visualização, apesar de ter uma linguagem, digamos “um pouco pesada”, é extremamente didático.
Notícias e informações:

Até a próxima postagem!

Eduardo Felicíssimo



quinta-feira, 11 de abril de 2013


5. Tema específico: Cartão de Crédito. Herói ou vilão?

           
Hoje, abordarei algumas desconfianças que o cartão de crédito gera para as pessoas. Para alguns pode atuar como um vilão, e para outros pode ser um facilitador para atingir objetivos determinados. Traduzindo, o cartão de crédito pode ser bom ou mau, dependendo da disciplina financeira de quem o utilizar (já comentei sobre disciplina financeira na primeira postagem em 07/03/13). Provavelmente voltarei a abordar este tema em outras postagens. Peço desculpas pelas tabelas desta postagem, que não consegui editar de maneira satisfatória.
A seguir, nos próximos dois parágrafos, apresento a história da criação do cartão de crédito, segundo a página do InfoEscola (vocês podem acessar o texto completo em : http://www.infoescola.com/economia/historia-do-cartao-de-credito/).
“... a história do cartão de crédito teve início em um restaurante, na cidade de Nova York, em meados de 1950. O executivo Frank MacNamara e seus convidados, após um jantar no referido restaurante, perceberam que haviam esquecido talões de cheque e dinheiro, e, portanto, não tinham como pagar. Sem outra saída diante da situação, o dono do restaurante aceitou que o executivo pagasse a conta no dia seguinte, sob uma condição: que MacNamara assinasse a conta com as despesas. Resolvido o problema, o executivo se deu conta do potencial de um “cartão de crédito””.
  “No mesmo ano foi lançado o primeiro cartão de crédito, o Diners Club Card, a princípio aceito em 27 restaurantes do país, e, com aproximadamente 200 clientes (grande parte executivos conhecidos de MacNara) que utilizaram tal serviço para o pagamento de despesas em viagens. Inicialmente foi feito de papel cartão, tendo de um lado o nome do cliente, e do outro o nome dos estabelecimentos que o aceitavam. A partir de 1955, passou a ser feito de plástico”.
História contada, vamos ao que interessa: vantagens e desvantagens. Do ponto de vista financeiro o cartão representa um “crédito” junto a uma instituição administradora deste e geralmente com um vínculo em instituição bancária. Assim, uma das vantagens é possuir um “crédito” sem precisar de uma grande burocracia, pois muitos bancos oferecem este serviço ao cliente. Encontrei um texto de autoria de Eliana Bussinger na página Vya Estelar, bem interessante sobre isto, onde são apontadas 10 vantagens e 5 desvantagens de se possuir um cartão de crédito, segue link http://www2.uol.com.br/vyaestelar/cartao_de_credito01.htm
De acordo com o texto citado, seguem as vantagens e desvantagens resumidas.

Vantagens
Desvantagens
1 - Conveniência
1 - Ilusão de ter o "dinheiro no bolso"
2 - Segurança
2 - Gastos além do orçamento
3 - Útil em emergências
3 - Juros abusivos para pagamento mínimo da fatura
4 - Fluxo de 40 dias
4 - Fraude
5 - Poder de compra
5 - Perda de controle
6 - Utilização internacional

7 - Parcelamento sem juros

8 - Prêmios, descontos ou programas de milhas

9 - Desburocratiza a solicitação de crédito

10 - Facilita o planejamento e orçamento


Vantagens e desvantagens apresentadas, pergunto: vamos montar um fluxo tendo a ideia da regra dos 10 dias em mente? Não? Beleza, mas vou fazer assim mesmo...rsrsrs.
Supondo que se utilize um cartão com o programa de “Cash Back” (não é nenhuma equipe de som de funk carioca não!), que se trata de um percentual que é retornado como um “desconto” na fatura, ou seja, dentro do valor da sua fatura, um percentual é devolvido, acarretando em uma diminuição do valor a pagar. Esses programas variam de acordo com o banco e renda do cliente, mas em regra, é fácil conseguir um programa que lhe reembolse 1,5% de suas despesas. Para maiores informações, existe um link da revista Exame, que faz uma comparação entre cartões de crédito, que é bem interessante, podendo comprar vários deles, segue o link: http://exame.foregon.com/buscador/CartaoCredito.aspx.
Voltando ao fluxo, como usaremos a regra dos 10 dias (em caso de dúvida leia a postagem de 04/04/13), isso quer dizer que poderemos aplicar o valor da fatura na poupança, o que gerará um rendimento mensal. Assim, simulando as despesas mensais em três valores 1.500,00; 3.000,00; e 5.000,00, teríamos o seguinte resumo:

Despesas
1.500,00
3.000,00
5.000,00
Cartão
270,00
540,00
900,00
Poupança
75,49
150,97
251,62
Total
345,49
690,97
1.151,62

Entendendo a tabela: Para as despesas mensais de R$ 1.500,00, se utilizando do programa de “Cash Back” a 1,5% ao mês, isto gerará R$ 22,50 (1.500,00 x 1,5% = 22,50), ao longo de 12 meses isto representa, R$ 270,00. O rendimento da poupança deste fluxo, representaria R$ 6,15 mensais (1.500,00 x 0,41% = 6,15), acumulando ao longo do ano, R$ 75,49. No total, ambas somariam R$ 345,49! Para uma despesa mensal de 3.000,00 os valores mensais seriam de R$ 45,00 pelo uso do “Cash Back” e de R$ 12,30 pelos rendimentos da poupança, totalizando em 12 meses os valores acumulados de 540,00 e 150,97 respectivamente. O mesmo se aplicando a despesa de 5.000,00, mensais teríamos os valores de R$ 75,00 pelo programa “Cash Back”e 20,50 pelos rendimento das poupança, em cada mês, somando R$ 900,00 e R$ 251,62 respectivamente ao final de cada ano.
Reitero, se não ficou claro como o fluxo foi montado, sugiro que leiam a postagem anterior de 04/04/13 sobre como realizar este fluxo.
Que fique entendido que o valor do reembolso do programa “Cash Back” não significa “dinheiro vivo”, não sendo possível aplicar esta quantia, somente se trata de um “desconto” na fatura do cartão, e que pode haver um limite mínimo de resgate.
Algumas pessoas preferem fazer pagamentos com o cartão de “débito” ao invés do cartão de “crédito”, o que tem seu lado bom e ruim. O lado bom é que você não fica com uma despesa futura para pagar, o lado ruim é que você não se beneficia deste fluxo, uma vez que não existe política de “Cash Back” para “cartões de débito” (ao menos que eu conheça).
Como demonstrado, no fim de ano, você poderá se beneficiar de R$ 345,49 tendo despesas mensais de R$ 1.500,00 no cartão de crédito, de 690,97 para despesas de 3.000,00 e de 1.151,62 para despesas de 5.000,00. Não seria bom começar o ano com esse Din-din na conta para aliviar exatamente as despesas inerentes a esta época, como IPVA, contribuições, material escolar dos filhos, matrícula escolar, IPTU, enfim uma enormidade de despesas que sempre surgem ao início de cada ano? Com certeza!
Lembro que neste fluxo, o Din-din gerado não requereu nenhuma privação de consumo. Foi concebido usando a inteligência de ter um bom programa de benefícios vinculados ao cartão de crédito e da regra dos 10 dias!
Logicamente, se o seu cartão possuir anuidade, o valor gerado no fluxo deve ser descontado deste pagamento. Daí vale a dica de conversar com o seu gerente de relacionamentos e verificar as possibilidades de não haver cobrança de anuidade, ou que elas sejam suavizadas.
O pobre coitado do cartão de crédito é sempre acusado de “vilão”, “bandido”, “safado”, “tentação”, (para não dizer outros adjetivos pejorativos) mas pode muito bem assumir o papel de “mocinho”, ”herói” e até mesmo de “amigão”, pois estes adjetivos estão diretamente ligados à forma da sua utilização.
Os valores agora são mais relevantes do que o fluxo somente em se utilizando da regra dos 10 dias demonstrado na postagem de 04/04/13, no mínimo os R$ 345,49 gerados pelas despesas mensais de R$ 1.500,00, podem no final de ano ajudar na compra de um belo par de sapatos para a dona patroa, não é mesmo? (tem que fazer uma graça de vez em quando, se não acaba o amor...rsrsrs).
Espero ter ajudo nesta primeira abordagem sobre o tema. O próximo tema será o custo de aquisição de um carro, abordarei o ponto de vista oriundo da seguinte pergunta: vale a pena comprar um carro ou andar de táxi?
Até a próxima postagem!
            Eduardo Felicíssimo

quinta-feira, 4 de abril de 2013


4. Fluxo de Caixa, Regra dos 10 dias e Lembrancinhas.

            Hoje abordarei um tema que é determinante para uma boa saúde financeira, o famoso fluxo de caixa. Na postagem de 28/03/13 comentei sobre a opção de comprar ou alugar um imóvel, o detalhe determinante entre as duas foi justamente o fluxo de caixa. Numa situação havia fluxo de caixa positivo (maior que zero) e na outra havia fluxo de caixa zero, traduzindo, numa situação sobrava dinheiro, na outra o dinheiro cobria somente as despesas mensais e nada sobrava para aplicar (investir).
            Por onde começar na montagem do fluxo de caixa pessoal? Simples, use a regra dos 10 dias. Beleza, bacana, que diacho de regra é essa? (Lembrei-me de algum filme nacional na hora de escrever diacho, não resisti, rsrsr). Exemplo, se você recebe o salário, pensão, benefícios, e etc., no dia 25 de cada mês, coloque os vencimentos de despesas recorrentes (aquelas despesas que ocorrem em cada mês) para 10 dias após esta data, ficando estes com o vencimento no dia 05 de cada mês. Se você recebe no dia 05 de cada mês, coloque o vencimento destas despesas no dia 15 de cada mês. Qual o porquê disso? Pode deixar, eu explico, você terá maior mobilidade financeira, caso haja algum feriado no meio de semana que impossibilite transações bancárias, greve de bancos, se a empresa em que você trabalha adiar um pagamento de salário, e até mesmo para questionar faturas e solicitar envio de segunda via de contas. Mas o principal é em relação a investimentos simples, especificamente poupança. Outra informação importante reside na organização deste fluxo, pois o ideal é que você organize de 70% a 100% das despesas para um único dia.
            Este fluxo pode funcionar de maneira espetacular com investimentos e cartão de crédito. O princípio é simples, geralmente as faturas de cartão de crédito são geradas em 40 dias, compreendendo 30 dias de “compras” durante o mês e mais 10 dias (viu como essa regra é importante!) para que esta chegue à sua residência via correio, nestes 10 dias as despesas ingressarão na fatura seguinte, o que ajuda no fluxo mensal.
            Vamos usar as despesas mensais do casal da postagem anterior. Estas despesas totalizam R$ 1.500,00 por mês, imaginemos que estas despesas sejam, “compras de mercado”, roupas, lazer, enfim, despesas que possam ser pagas com cartão de crédito. Para o fluxo funcionar no primeiro mês deve-se ter o dobro do valor disponível, ou seja, neste caso de R$ 3.000,00 na conta. O vencimento da fatura é todo dia 05 (respeitando a regra de 10 dias após o recebimento de salário, que neste exemplo será dia 25), assim, nestes 10 dias livres pode ser feito o seguinte procedimento:

Etapa 1: dia 25 de janeiro, o salário caiu na conta (que beleza!! Maravilha!!), deixando R$ 3.000,00 na conta.
Etapa 2: dia 25 de janeiro, aplica-se os R$ 1.500,00 na poupança.
Etapa 3: dia 05 de fevereiro, paga-se a fatura com os R$ 1.500,00 que restaram na conta.
Etapa 4: no dia 25 de fevereiro, cai o salário na conta novamente. Desta vez, separa-se somente R$ 1.500,00 e os aplica na poupança.
Etapa 5: no dia 05 de março, regata-se a aplicação na poupança R$ 1.500,00 e paga-se a fatura do cartão de crédito.
Etapa 6: repete-se o ciclo a partir da etapa 4 nos meses seguintes.

            Este fluxo gerará um valor em princípio pequeno, R$ 6,15 (R$ 1.500,00 x 0,41% juros da poupança = 6,15), mas uma vez aprendido o princípio o fluxo vai sendo expandido para valores cada vez maiores.
            Ao final de 1 ano, teríamos R$ 73,80 gerados simplesmente aproveitando a brecha dos 10 dias do fechamento da fatura do cartão. Este valor continua sendo pequeno, é verdade, mas pode servir para pagar a anuidade do cartão de crédito, investir esta soma no bolão da mega sena da virada no final do ano (o que faço sempre rsrsrs), comprar um monte de bugigangas de R$ 1,99 para dar de presente para os familiares no natal (tá bom, quem nunca deu uma lembrancinha, principalmente para a sogra??!! Brincadeira hein!!), enfim, ajuda de alguma forma.
            Lembro que para isso não foi preciso abrir mão de consumir nada, apenas que se tenha o dobro do valor no primeiro mês do fluxo, esse rendimento é grátis! Tudo graças ao fluxo! Logicamente que as faturas dificilmente apresentam o mesmo valor, mas se você tiver a disciplina e acompanhar seus gastos através da fatura pela internet, já saberá quanto deverá separar aproximadamente no mês seguinte.
            Na próxima postagem falarei mais especificamente sobre cartões de crédito, que muita gente chama de “vilão”, “desgraça”, “fundo do poço”, entre outros nomes igualmente bonitos, mas que pode ser um forte aliado nos investimentos.
            Até a próxima postagem!
                       
Eduardo Felicíssimo