quinta-feira, 18 de abril de 2013


6. Tema Específico: Comprar um carro ou andar de táxi? – Parte I


Olá pessoal! Neste tema específico continuarei a falar sobre fluxo de caixa, para isso darei outro exemplo. Dessa vez consegui melhorar as tabelas, e coloquei os links de forma que vocês possam acessar clicando diretamente sobre eles. Como este tema ficou maior do que o normal, com mais de 6 páginas, resolvi dividir em duas partes a iniciar por esta, visando uma leitura mais leve.
Bom, sem mais rodeios, vamos direto ao assunto. Imagine que você esteja pretendendo adquirir um carro para facilitar o seu ir e vir do trabalho. Como sempre o intuito aqui é o financeiro, não estou questionando o bem estar que este veículo proporciona, pois isto é indiscutível, não há como negar a comodidade deste meio. Assim, imagine que o veículo seja vendido por R$ 30.000,00, e que você tenha os mesmos R$ 30.000,00 para comprá-lo. Você pode optar pelo pagamento à vista ou financiar, estas são as opções da compra. Além do custo do carro, você deve levar em consideração as despesas mensais e anuais que incorrem ao veículo, isto é importante, pois muita gente se deixa levar pelo sentimento de “posse” do bem, e esquece que as despesas existem.
            Consultei o simulador da VocêSA (disponível em: http://vocesa.abril.com.br/servicos/calculadoras-e-simuladores/quanto-custa-manter-um-carro.shtml), para calcular essas despesas. Para o financiamento utilizei o valor de R$ 30.000,00 como custo do carro e, o prazo de 60 meses, através da página Aecarros, disponível em: http://www.aecarros.com.br/Financie/index.aspx, que gerou uma parcela de R$ 912,08 mensais.
            Abaixo montei uma tabela com as opções de compra “à vista” e “financiada” e inseri os demais dados do exemplo, vejamos:




Comentários: A despesa com depreciação não significa um desembolso, assim, retornei com ela para o cálculo do “Gasto ao longo de 60 meses”, esta despesa só será percebida quando o veículo for vendido, mas deve ser considerada nos cálculos mensais. O valor residual do carro é exatamente o valor do seu custo, R$ 30.000,00 menos a depreciação ao longo dos 5 anos, (3.000,00 x 5 = 15.000,00), totalizando R$ 15.000,00. Este seria o valor “de mercado” do automóvel ao final de 5 anos, mas não é uma regra, a negociação em uma venda é livre, este valor pode ser superior ou inferior. O cálculo do imposto e seguro foram considerados em cada ano, assim, o seguro montou R$ 6.000,00 (1.500,00 + 1.350,00 + 1.200,00 + 1.050,00 + 900,00), e o IPVA foi calculado considerando a taxa mais alta (4%) por conservadorismo (as taxas variam de 0,5% a 4% no estado do RJ), somando R$ 4.800,00 (1.200,00 + 1.080,00 + 960,00 + 840,00 + 720,00).
            Caso se opte pela compra “à vista” o total desembolsado ao longo de 60 meses será o equivalente a R$ 61.805,80 e, se fosse feita financiada montaria R$ 86.530,60.
            Como o valor de mercado do veículo, para fins deste exemplo, seria de R$ 15.000,00, se houvesse a venda, este poderia ser recuperado amenizando os gastos. Assim, na compra “à vista” teríamos R$ 46.805,80 de recursos consumidos e na financiada R$ 71.530,60. Traduzindo para um entendimento mais simples no âmbito financeiro, você gastou R$ 61.805,80 para comprar um carro à vista, que vale R$ 15.000,00 ao final de 60 meses. Você gastou R$ 86.530,60 para comprar um carro financiado, que ao final de 60 meses vale R$ 15.000,00.
            Um detalhe importante: Perceberam que coloquei na primeira tabela a informação sobre os juros da poupança? Fiz isso para montar o fluxo aplicando-se o dinheiro na poupança enquanto se opta pela compra financiada. Deixando os R$ 30.000,00 aplicados na poupança durante 60 meses com os juros de 0,41% ao mês, teríamos ao final de 60 meses a módica quantia de R$ 38.347,70! Assim, ao final de 60 meses optando pelo financiamento teríamos o carro no valor de R$ 15.000,00 mais R$ 38.347,70, totalizando, R$ 53.347,70! Teríamos um patrimônio maior do que se fizesse a opção pela compra “à vista”, pois nesta só teríamos o valor de R$ 15.000,00 do carro, entretanto, o desembolso ao longo desses 60 meses pela compra financiada seria muito maior que a compra “à vista”.
Outra opção seria se você comprasse o carro “à vista” e a diferença das despesas mensais fosse aplicada mensalmente na poupança, no caso R$ 912,08 (que basicamente é o valor do financiamento, uma vez que as demais despesas são comuns aos dois fluxos), teríamos, ao final de 60 meses, o montante de R$ 61.905,30, que se juntarmos ao valor de mercado do carro totalizaria R$ 76.905,30! Muito maior que a compra financiada. Isto prova a importância dos juros ao longo do tempo e de um bom planejamento do fluxo de caixa.
            Agora, se se decidisse por não comprar o carro, mantendo o valor de R$ 30.000,00 na poupança, e usasse o valor das despesas mensais, R$ 575,10, volto a frisar que a despesa com depreciação não representa um desembolso, por isso não entra nesse cálculo, que por não ter o carro elas não existiriam, aplicando na poupança, ao final de 60 meses teríamos R$ 77.538,06, o que poderia ser utilizado como entrada para a compra de um apartamento, ou uma casa, mais próximo do trabalho, não justificando a compra do veículo. Provando que a “posse” de um carro, com esse intuito de ir e vir do trabalho, não é um “bem” (ativo) e sim uma despesa, ou um passivo, no caso de uma compra financiada.
            Bom, vamos parar por aqui. Na próxima semana postarei a parte final deste tema, incluindo as opções entre comprar um carro, aplicar o dinheiro das despesas mensais de uma compra financiada, ou andar de táxi, e que, logicamente comentarei mais sobre isso no futuro.
Abaixo seguem alguns links de notícias e informações que acessei durante a elaboração desse texto, e um vídeo espetacular do “Canal do Otário”, que recomendo a visualização, apesar de ter uma linguagem, digamos “um pouco pesada”, é extremamente didático.
Notícias e informações:

Até a próxima postagem!

Eduardo Felicíssimo



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