3. Tema específico: Comprar ou alugar um imóvel?
Na
postagem de hoje veremos que nem sempre comprar um imóvel pode ser melhor que alugá-lo,
do ponto de vista financeiro. Nos tópicos anteriores discorri sobre a
importância da disciplina financeira e do contato com o seu gerente de conta
(relacionamento). Esses dois assuntos são de vital importância para este tópico
de hoje, pois sem eles, o que escreverei aqui será difícil de ser aplicado.
Muitas
pessoas têm a imagem na cabeça de “posse” das coisas, com se isto significasse
um bem (ativo), onde na verdade pode se tratar de uma dívida (passivo). Vou
tentar dar um exemplo simples do significado dessas duas palavras, ativo pode
ser entendido como algo que traga benefício
financeiro para você, por exemplo, uma aplicação em poupança lhe renderá
juros, assim, há benefício, neste caso os juros, tornando-se um ativo. Imagine
agora que você possua um automóvel para usar nos fins de semana e este implica o
pagamento de impostos (ipva), seguros, combustível, entre outros. O automóvel
deixa de ter o sentido de “bem”, é
na verdade um passivo, pois você tem que fazer desembolsos mensais para
mantê-lo (dívida), sem contar que o
seu valor de marcado diminui com o uso e idade deste.
Isto
posto, vamos voltar ao tema deste tópico, comprar ou alugar um imóvel.
Imaginemos um jovem casal (nossa, ficou parecendo minha mãe falando...rsrs), na
faixa de uns 27 anos, ambos trabalhando e que ao longo da suas vidas tenham angariado
R$ 50.000,00 e estão decidindo se compram ou alugam um imóvel. Imaginemos
também que a renda líquida (após todos os descontos na folha de pagamento) do
casal seja de R$ 4.000,00 e tenham despesas mensais de 1.500,00. Ambos ainda
moram com seus respectivos familiares, o que representa certa economia com
despesas da casa, e com isso, conseguem economizar R$ 1.000,00 por mês e
realizam uma aplicação financeira com retorno de 0,5% ao mês. (taxa bem próxima
da poupança, que usei visando arredondar as contas).
Neste
exemplo, considerei um apartamento de dois quartos, aqui na zona norte do Rio
de Janeiro, mais especificamente em Vila Isabel, meu bairro querido, onde o
preço médio de aluguel fica por volta de R$ 1.500,00 e o valor de compra destes
em média R$ 300.000,00. Utilizei o simulador da Caixa Econômica Federal (http://www8.caixa.gov.br/siopiinternet/simulaOperacaoInternet.do?method=inicializarCasoUso&isVoltar=true)
para verificar o financiamento deste, o que gerou uma parcela de R$ 2.500,00 em
média ao longo dos 5 primeiros anos. Montando um fluxo de cada situação (compra
e aluguel), chegamos aos seguintes dados:
|
COMPRA:
|
ALUGA:
|
Entrada:
|
50.000,00
|
0,00
|
Renda mensal:
|
4.000,00
|
4.000,00
|
Despesas mensais:
|
1.500,00
|
1.500,00
|
Parcela Financiamento:
|
2.500,00
|
0,00
|
Valor do aluguel:
|
0,00
|
1.500,00
|
Valor livre para investir:
|
0,00
|
1.000,00
|
Podemos observar
que se optarem por alugar o imóvel este casal poderá investir 1.000,00 por mês,
enquanto que se optarem pela compra não conseguirão realizar este investimento,
além de sofrerem o desembolso dos R$ 50.000,00 que economizaram ao longo da
vida.
Assim, ao
final de 60 meses (5 anos) eles optassem pela compra o imóvel teriam R$ 0,00 de
patrimônio, estariam vivendo no limite de suas possibilidades, pois havendo
alguma despesa extra haveria problemas, o imóvel não seria de posse deles, uma
vez que isto só acontece quando se quita o financiamento, e com uma dívida
(saldo devedor) junto ao credor de R$ 187.499,80.
Agora, se este
casal decidisse pelo aluguel durante 5 anos, teriam um patrimônio de R$ 135.870,40,
juros ativos mensais crescentes de R$ 671,00, não teriam dívidas. Se este
ciclo continuasse por mais 5 anos (totalizando 10 anos de investimento), teriam
um patrimônio de R$ 253.038,84, juros ativos de R$ 1.253,92 e continuariam sem
dívidas.
Em qual das
duas situações haveria mais conforto financeiro? Na compra ou no aluguel? Em qual
situação se um dos dois perdesse o emprego ou decidisse focar em estudos para
concurso por 1 ano, por exemplo, teria mais condição para isso? Sem dúvida a
resposta é a segunda opção, ou seja, alugando o imóvel.
Este exemplo
focou a parte financeira do problema, não foi levado em conta o famoso “sonho
da casa própria” e da nossa cultura de “posse” como sinônimo de “bem”. A
inflação não foi considerada, entretanto os reajustes salariais também não o foram,
o que acaba um compensando o outro.
Espero que este
post tenha ao menos apresentado um ponto de vista diferente que possa ajudar
nas decisões futuras. Vamos que vamos! Não deixem de votar e comentar! Até o
próximo post!! Feliz Páscoa a todos!!
Saudações,
Eduardo Felicíssimo
Esse sem dúvida será um dos posts mais interessantes, pq não há prazo para determinado tipo de investimento.
ResponderExcluirMuito bom o blog! Texto claro e objetivo! Já está nos favoritos!
ResponderExcluirMuito bom!
ResponderExcluirTrata-se de uma reflexão que na maioria das vezes é ignorada
Muito bom!
ResponderExcluirTrata-se de uma reflexão que na maioria das vezes é ignorada.